A Imersão é a primeira fase do processo de Design Thinking, e é nela que devemos nos aprofundar sobre o problema e se aproximar do contexto em que ele está inserido. Continue lendo e descubra quais são as subetapas da Imersão e as ferramentas que lhe ajudarão a trilhar este caminho.
Então no post de hoje, falaremos sobre umas das principais etapas do Design Thinking: a Imersão. Sendo assim, é com ela que daremos continuidade à nossa série sobre Design Thinking.
Se acaso você ainda não tenha lido os CINCO artigos anteriores, não perca tempo e saiba o que é o Design Thinking, quais os seus 3 Pilares e como este tipo de abordagem pode resolver problemas da sua empresa de forma criativa e inovadora.
Etapa de Imersão
Essa fase também é conhecida como Descoberta, e o objetivo dela é se aproximar do problema desejamos resolver, tanto do ponto de vista da empresa quanto do cliente. Dessa forma, devemos sempre considerar as experiências e os desejos/necessidades destas pessoas.
Sem dúvida, o Design Thinking é centrado nas pessoas – sejam eles clientes, usuários ou colaboradores. Portanto, entrevistas e observações são 02 dos instrumentos importantes neste processo. E toda esta dedicação deve-se ao fato de que, eventualmente, é o usuário quem decide se um produto ou serviço será bem sucedido ou não.
A etapa de Imersão pode ser dividida em 02 subetapas: Preliminar e em Profundidade. A Preliminar busca o entendimento inicial do problema, enquanto a Profundidade destina-se à identificação de necessidades e oportunidades que irão nortear toda a criação de soluções, e também embasar as demais etapas do projeto (VIANNA et al., 2012).
Fonte: Sleeswijkvisser et al., 2005.
Para cada fase da Imersão (seja a Preliminar ou em Profundidade) existem diferentes técnicas que se adequam melhor e através delas você pode buscar informações sobre os sentimentos, experiências e pensamento dos clientes/usuários (o que elas dizem, fazem, usam, sabem, sentem ou sonham).
Já no final da Imersão, após o levantamento dos dados das pesquisas preliminares e em profundidade, devemos agrupar os principais resultados e traduzi-los através das ferramentas, tais como: Criação de Personas, Blueprint e Mapas Conceituais, por exemplo. Pois no futuro estas informações serão utilizadas para a geração de novas ideias e soluções.
Antes de mais nada, vamos conhecer as principais características das subetapas de Imersão Preliminar e Profunda.
Imersão Preliminar
Geralmente, quando se inicia um projeto de Design Thinking, a equipe de trabalho não domina o tema, ou não o conhece sobre a lente dos seus usuários e clientes. Sendo assim, é importante realizar uma Imersão Preliminar como forma de aproximar essas pessoas do real problema, proporcionando diversas pontos de vistas.
A Imersão Preliminar tem como propósito “definir o escopo do projeto e suas fronteiras, além de identificar os perfis de usuários e outros atores-chave que deverão ser abordados” (VIANNA et al., 2012, p. 22).
E é nesta fase da imersão que devemos levantar as áreas e as informações que serão pesquisadas, que no futuro promoverão as informações e dados para as seguintes etapas do projeto, que serão investigadas na fase de Profundidade.
Principais técnicas utilizadas na fase de Imersão Preliminar
Reenquadramento
Esta técnica almeja examinar problemas ou questões não resolvidas em uma empresa sob diferentes perspectivas e diversos ângulos. Deve-se buscar a desconstrução das crenças e suposições, e quebrar seus padrões de pensamento, afastando os paradigmas dentro do ambiente a ser pesquisado.
Pesquisa Exploratória
É a pesquisa de campo preliminar. Ou seja, tem por objetivo fornecer informações e dados para o projeto.
Posteriormente, estas informações ajudarão a definir os temas que serão explorados na Imersão em Profundidade, tais como: perfis de usuários; atores; ambientes, e os momentos do ciclo de vida do produto/serviço.
Pesquisa Desk
É uma busca de informações sobre o tema do projeto em fontes diversas (websites, livros, revistas, blogs, artigos, entre outros). O nome Desk origina-se de desktop, e é utilizado porque a maioria das pesquisas realizadas atualmente são feitas na internet.
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Imersão Profunda
A etapa de Imersão em Profundidade inicia-se com a elaboração de um Plano de Pesquisa, ou seja, com o planejamento da pesquisa. Esta fase visa o aprofundamento sobre as informações coletadas na fase de Imersão Preliminar.
Geralmente, na pesquisa em profundidade, procura-se focar no ser humano com o objetivo de levantar informações de quatro tipos:
- O que as pessoas falam?
- Como agem?
- O que pensam?
- Como se sentem?
Durante a Imersão Profunda a ideia é identificar comportamentos extremos e mapear seus padrões e necessidades latentes. Dessa maneira, a pesquisa deve ter um enfoque qualitativo e o objetivo de levantar oportunidades de perfis extremos, permitindo que soluções específicas sejam criadas (VIANNA et al., 2012).
Em alguns casos os problemas e soluções encontrados podem ser úteis a poucos grupos diferentes de pessoas e/ou clientes. Contudo, estas soluções não teriam surgido caso não tivesse sido direcionado para estes extremos e para situações diferentes.
Conheça as etapas do Design Thinking e descubra quais são as suas abordagens!
Ferramentas adequadas à fase de Imersão Profunda
Entrevistas
A técnica de entrevista possibilita que obtenhamos informações do entrevistado, através de perguntas, cartões de evocação cultural, dentre outras técnicas através de uma conversa.
Cadernos de Sensibilização
Utilizados para obter informações sobre pessoas, seus universos e coletar dados do usuário com o mínimo de interferência sobre suas ações. Desse modo, esta técnica permite que o próprio usuário faça o relato de suas atividades, no contexto de seu dia a dia.
Sombra
É o acompanhamento do usuário (ou outro ator do processo) ao longo de um período de tempo, que inclua sua interação com o produto ou serviço, que está sendo analisado. Enquanto “sombra”, o pesquisador não deve interferir na ação do usuário, apenas observá-lo.
Aprenda como mudar o seu Modelo Mental a partir dos conceitos do Design Thinking. Não deixe de ler este texto!
Prepare-se para o que vem por aí!
Chegamos a metade! Isso mesmo, a nossa série de conteúdos sobre Design Thinking está longe de chegar ao fim. Ainda conversaremos sobre as etapas de Análise e Síntese, Ideação e Prototipação e Validação/Implementação.
Então, prepare-se! Ainda vem muita coisa boa por aí.
FONTES:
SLEESWIJK VISSER, F. Bringing the everyday life of people into design, 2005.
VIANNA, M. et al. Design thinking: inovação em negócios. Rio de Janeiro: MJV Press, 2012. 162p.