Storytelling com dados

Já ouviu falar em Storytelling com Dados? É uma forma empolgante de transformar uma apresentação que seria desinteressante, em uma história envolvente e que orienta as empresas na tomada de decisões estratégicas.

Porém, o que temos encontrado, muitas vezes, são gráficos que não conseguem transmitir informações de forma clara, tornando a comunicação cansativa. Quem nunca quis fugir daqueles relatórios que no fim do dia, nos deixam mais confusos?

Há um grande volume de informações geradas diariamente e há muitas ferramentas disponíveis para ilustrá-las, mas essas ferramentas não conseguem contar uma história sozinhas, assim como os dados produzidos, é aí que entra o analista ou comunicador da informação para transformar dados em história.

Para te ajudar na criação do Storytelling com Dados, iremos percorrer seis passos importantes, são eles:

  1. Compreender o contexto
  2. Eleger a apresentação visual que se adéqua ao seu projeto
  3. Deixar a apresentação mais clean
  4. Destacar o que você quer chamar a atenção
  5. Pensar como um designer
  6. Contar uma história

Compreender o contexto

Entender o contexto irá fazer toda a diferença para transmitir as informações de forma clara e precisa. Para isso, é necessário responder três perguntas:

  1. Quem é o seu público?

Entender quem é o seu público trará sucesso em sua apresentação. Seja o mais específico possível, evite públicos generalizados.

Hoje se fala muito em Buyer Persona que é seu comprador ideal, ou seja, ao criar uma apresentação, entenda com quem você irá falar e estabeleça uma comunicação clara com essa pessoa. Identifique em é o tomador de decisão, isso fará com que sua comunicação satisfaça a necessidade dele e também a sua.

  • Qual a mensagem que quer transmitir ou que ações você quer motivar?

Primeiro, entenda que você é o especialista no assunto que está sendo abordado e que, pode te sido a pessoa que realizou a análise dos dados, detém mais informações sobre o assunto, então não tenha medo de apresentá-los e mostrar qual a melhor direção.

Caso o ambiente não lhe der essa permissão, estimule a reflexão sobre o assunto, assim você pode conduzir a reunião e estimular as ações de forma assertiva. 

  • Qual a melhor forma de apresentar esses dados?

Aqui você deverá considerar tanto a forma, quanto o conteúdo que será abordado. Traga os dados que corroboram com a história que você quer contar, sem deixar de lado aqueles que divergem. O ideal é que seja construído um argumento que dê respaldo a sua ideia.

Tenha atenção no visual e tipos de gráficos que serão utilizados. Há alguns que comunicam melhor suas ideias e outros que devem ser totalmente rejeitados. E aqui já partimos para nosso próximo tópico:

Eleger a apresentação visual que se adéqua ao seu projeto

Existem várias formas de apresentar seus gráficos. Identificar qual o melhor gráfico para um determinado tipo de informação é crucial para ter uma comunicação assertiva. Vejamos os gráficos mais recomendados:

Texto simples

Se a informação que você quer passar possui apenas um ou dois números, o ideal é fazê-lo em um texto simples. Nesse caso, você irá apresentar apenas um número para chamar a atenção para aquele dado que você quer enfatizar. A exemplo: 

*Informação extraída do livro Storytelling com Dados.

Como pode observar, a informação fica mais clara e chama a atenção para a informação principal, que é o a queda no percentual de mães que trabalham em casa em relação ao ano de 1970.

Tabelas

Se no seu caso, você precisa comunicar várias unidades de medida diferentes, o mais ideal é usar a tabela. Além de ter uma leitura fácil, por interagir com nosso sistema verbal, consegue atingir vários públicos.

A única ressalva é se você irá realizar uma apresentação ao vivo, a tabela tira a atenção do público para aquilo que você está falando, então nesse caso, é melhor selecionar a informação mais importante e colocar em um gráfico.

Vale ter atenção com o design usado, pois o que deve chamar atenção são as informações, então evite linhas muito grossas, escolha um layout mais clean, com linhas claras ou simplesmente o espaço em branco. Enfatize a legibilidade dos dados.

Exemplo de tabelas usadas nas apresentações:

*Gráfico extraído do livro Storytelling com Dados

Mapa de calor

O mapa de calor é uma excelente forma de apresentar dados no formato tabular, onde através deles você consegue transmitir a intensidade relativa dos números.

Com ele, você direciona o olhar para aquele ponto que quer chamar a atenção, por exemplo:

*Gráfico extraído do livro Storytelling com Dados

Gráficos

Os gráficos são uma excelente escolha para a apresentação dos dados, tendo em vista que ele interage com nosso sistema visual, o que torna mais rápido o processamento das informações e apesar de existirem uma infinidade de formas gráficas, apenas alguns tipos deles conseguem atender suas necessidades.

Os quatro tipos de gráficos mais indicados são: pontos, linhas, barras e áreas. Da mesma forma, há aqueles que não indicamos seu uso, são eles: gráficos de pizza, gráficos de rosca, 3D e eixos y secundários.

Há muitos tipos de gráficos disponíveis, porém sempre procure aqueles de comuniquem melhor suas ideias de forma clara e legível para seu público alvo.

Deixar sua apresentação mais clean

Você já ouviu falar com carga cognitiva? Ela pode ser considerada um esforço mental para assimilar novas informações. O que pode acontecer muitas vezes é que, por haver muita saturação em uma apresentação, por exemplo, ao invés de haver um aprendizado, haja uma confusão, não permitindo que a mensagem seja passada de forma clara, por isso é importante que ao criar suas apresentações evite ao máximo a saturação ou colocar vários elementos visuais, que irão tirar o foco do que realmente importa, dificultando a compreensão.

Para evitar uma carga cognitiva excessiva use os Princípios de Gestalt de Percepção Visual. Já ouviu falar sobre isso?

A Escola de Psicologia Gestalt teve início nos anos 1900 com o objetivo de entender como as pessoas percebem o mundo. Esta escola nos apresentou seis princípios, são eles: proximidade, similaridade, acercamento, fechamento, continuidade e conexão. Utilizando esses princípios, além de trazer uma ordem em sua apresentação, também deixará sua leitura mais fluída.

Outra coisa que precisamos ressaltar é o uso dos espaços em branco, eles trazem um respiro para a sua apresentação, deixando-a e trazendo o foco para o que realmente importa. Então, recorra ao alinhamento dos elementos e deixe o espaço em branco para que a interpretação dos recursos visuais sejam mais agradáveis ao seu público, evitando uma carga cognitiva excessiva.

Destacar o que você quer chamar a atenção

Quando você quer chamar atenção para uma informação em seu texto, normalmente você usa algumas estratégias, como: contraste de cor, tamanho, negrito, sublinhado ou destacado no texto. Quando trabalhamos com gráficos, também podemos usar diversos recursos para direcionar nosso público para aquela informação que queremos destacar.

Esses atributos visuais tornam os gráficos com uma leitura mais fluida, principalmente em uma apresentação ao vivo, essa estratégia ajuda a contar diferentes histórias ou abordar diferentes aspectos da história que queremos contar, tornando a comunicação mais eficaz.

Para ilustrar bem o que estamos falando, veja o gráfico abaixo:

Comentários indicam que os problemas de barulhos dos pneus aparecem mais na chuva.

Reclamações sobre ruído de motor são mais citadas depois que o carro esteve parado por algum tempo.

O barulho do vento é observado principalmente em autoestradas em alta velocidade.

*Gráfico extraído do livro Storytelling com Dados.

Este gráfico acima é um bom exemplo para ilustrar como nossos olhos são atraídos para aquela mensagem que queremos dar destaque, isso acontece devido aos atributos pré-atentivos, na utilização do contrate com as cores.

Pensar como um designer

Você já ouviu a frase: A forma segue a função? Este é um dos princípios do design de produtos com aplicação na comunicação de dados e isso de deve ao fato de quando pensamos na apresentação dos dados, devemos atentar ao que nosso público irá fazer com eles, ou seja, função e depois pensamos como serão visualizados, forma. 

É aí que pensamos em três conceitos importantíssimos no design: affordances, acessibilidade e estética. Vamos entender o que cada um deles significa:

Affordances: De acordo com Knflic (2018) “são aspectos inerentes ao design que tornam óbvio como o produto de ser usado. Por exemplo, uma maçaneta permite ser girada, um botão permite ser pressionado e uma corda permite ser puxada. Essas características sugerem como interagir como objeto ou operá-lo. 

Trazendo isso para a comunicação de dados, podemos indicar, através de recursos visuais, como nosso público deve interagir com as informações, ou seja, destacar o que é mais importante, através do uso de cores, por exemplo. 

Acessibilidade: Dentro do Storytelling com Dados, diz respeito a forma como suas apresentações estão sendo feitas, se elas estão conseguindo ser claras para seu público. Algumas dicas para tornar suas apresentações mais acessíveis, são: tornar legível, manter limpo, usar uma linguagem simples e eliminar complexidades desnecessárias.

Estética: A estética é importantíssima para atrair a atenção do seu público, então sempre use a cor de forma inteligente, preste atenção no alinhamento e use o espaço em branco. 

Contar uma história

Durante todo esse texto trouxemos várias dicas de como transformar suas apresentações em uma história empolgante e atingir o tomador de decisão. Agora é sua vez de colocar tudo isso em prática.

A Cysneiros é uma empresa que trabalha com dados para tomada de decisão estratégica, caso você tenha interesse em entender melhor como aplicar esse processo, entre em contato conosco e iremos te ajudar a alcançar seus objetivos.

Acesse também nosso conteúdo sobre Data Driven e Design de Serviços que irá agregar muito em seu crescimento profissional e lhe darão subsídios para suas estratégias de marketing.

Somos especialistas em Design Thinking e Inovação nos negócios, então pode contar conosco para contar sua história.

Esse texto foi baseado no livro Storytelling com dados de Cole Nussbaumer Knflic