Os primeiros passos para inovar

Se antes o foco era exclusivo na produtividade ou na qualidade total, hoje inovação é a palavra de ordem. No Brasil, o assunto “inovação” se mantém presente no cotidiano das empresas há pelo menos 15 anos. No entanto, aparenta que este tema ainda está engatinhando nas pequenas empresas, por isso precisa ser mais aplicado.

Inovação no Brasil e no Mundo

Um dos diversos motivos para esta situação é de que a inovação ainda é um mistério, uma vez que existe um grande número de empresários que acreditam que a inovação está presente em grandes empresas e que está atrelada apenas as patentes, as demandas da área robótica, bioquímica ou botânica ou a serviços de Tecnologia da Informação.

Segundo o Manual de Oslo[1], da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE, instituição referência na área), a inovação pode ser uma mudança radical ou melhoria significativa em produtos (bens ou serviços), processos, ações de marketing ou de gestão organizacional.

Neste sentido, há empresários que vem inovando, mas acham que não, pois desconhece a abrangência da inovação.

É preciso gerar impacto

É necessário alertá-lo que os melhoramentos nos produtos ou serviços que não resultam em impactos econômicos não se configuram como inovações. E este é um dos principais aspectos que o empresariado brasileiro mais peca. Uma vez que há um foco exclusivo no resultado e não no aprendizado gerado com a experiência com o cliente.

Sendo assim, caro leitor, este texto lhe apresentará um pequeno roteiro e algumas competências que podem gerar impactos.

Capacidade de percepção/observação: fator essencial para a inovação

Hoje em dia, devido à quantidade de produtos e serviços existentes no mercado, parte do empresariado brasileiro prioriza a replicação dos métodos. Esta prática cria um volume enorme de produtos similares, agregando pouco valor ao mesmo.

Diferencial Competitivo

A diferenciação neste caso, ou sucesso, surge quando você amplia sua capacidade de percepção e busca observar o comportamento dos usuários ou clientes em potencial. Esta simples atividade pode revelar grandes necessidades existentes que não foram sanadas.

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Identifique as Necessidades dos Clientes

Sente algum dia, em um banco em um shopping, entre em um supermercado e busque identificar as necessidades das pessoas. O pontapé será responder perguntas como “o que ainda falta atender?”, “o que meus clientes precisam?”, “o que eles estão buscando?”. Ao respondê-las, você poderá originar a criação de novos produtos e serviços adequados à realidade dessas pessoas.

Concepção da ideia

Dando prosseguimento, seu segundo passo é conceber a ideia. Para isso, busque meios para retirar sua ideia do modelo mental. Esta atividade não é fácil! Para isto, é necessário fazer o registro das consequências e benefícios que podem decorrer da ideia. Ao fazer esta ação, você estará transformando sua ideia em algo palpável.

Modelagem de Negócio – Canvas

Existem diversas ferramentas que podem lhe auxiliar nesta fase. Uma ferramenta que indico é o “canvas[2]”, pois ela possibilita a transformação da ideia em um modelo de negócios, além de ser um início para o registro da sua proposta de valor, do seu segmento de cliente, suas receitas e despesas.

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Validação e relevância

Validar uma possível inovação não é uma tarefa fácil, uma vez que é difícil se desapegar de uma ideia. Geralmente achamos nossa ideia única e original. Mas aí é que mora o problema. A cada dois dias, a quantidade de informação produzida é equivalente à que foi gerada até o ano de 2003. Imagine então o número de novas ideias.

É por isso que sua ideia deve ser validada, e para isso, existem seus colegas de trabalhos, familiares e amigos que podem analisá-la informalmente, e  pesquisas de mercado que podem avaliar a efetividade e capacidade de inserção da ideia na sociedade de maneira mais profissional.

Este momento é propício buscar os principais recursos para patrocínio da ideia, que neste caso vai além da questão financeira. Inicialmente, este patrocínio deve vir da dedicação e recursos próprios para realização do projeto. Caso haja carência de recursos, devem-se buscar fontes de conhecimento dentro e fora da rede de contatos.

manual do design thinking

Prototipação da ideia

Com os recursos de conhecimento e financeiros em mãos, você deve identificar a melhor forma de criar seu protótipo, já buscando a versão ideal para o cliente.

Esta etapa também não é trivial, já que criar algo gera certa complexidade. Quando é um produto, há inventores que buscam impressoras 3d, plantas ou desenhos para elaborar o produto.

Mas, se for um serviço, a busca fica em torno de maneiras de apresentação, das necessidades que podem ser supridas e quem busca atingir. Você deve levar aspectos em consideração, como embalagens, adequação para diferentes perfis de clientes.

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Lançamento

Uma frase vem ficando bastante comum no meio empreendedor: “se você, empreendedor, deixar para lançar sua ideia apenas no momento que ela estiver perfeita, pode ter certeza, ela estará ultrapassada”. Este alerta urge para que nós, empreendedores, não deixemos para lançar os produtos e serviços apenas quando acharmos que não tem nenhuma falha.

É obvio que não podemos lançar produtos inacabados ou mal estruturados, mas a melhoria contínua vem com o tempo. Neste sentido, é sugerido que o empresário lance a ideia e vá observando e registrando a receptividade do mercado, a rentabilidade do novo produto, as reclamações, elogios e sugestões dos clientes.

O aprendizado organizacional é o mais importante

Por fim, este roteiro leva em consideração a trajetória da observação de uma potencial ideia ao lançamento do produto. Assim, os recursos humanos envolvidos entre uma etapa e outra terão a possibilidade de aprender bastante. Este conhecimento é importante para o aprimoramento do produto o serviço, bem como, para o lançamento de um novo, pois as técnicas e ferramentas utilizadas podem ser modificadas.

Além disto, as ações pensadas para o lançamento podem ser melhoradas de modo que o novo produto atinja um segmento específico de cliente, podendo ser pela renda, escolaridade, sexo ou faixa etária. O importante é que ninguém poderá tirar seu aprendizado e caberá a você refletir e inovar sobre como aperfeiçoar sua capacidade de trabalho.

[1] Manual de Oslo
[2] Canvas