O Centro de Referência para Apoio a Novos Empreendimentos (CERNE) é uma plataforma que visa promover a melhoria expressiva nos resultados das incubadoras de diferentes setores de atuação, através de uma metodologia própria: o modelo CERNE.
Para isso, a metodologia determina boas práticas a serem adotadas em diversos processos-chave, que estão associados a níveis de maturidade. Cada nível de maturidade representa um passo da incubadora em direção à melhoria contínua.
Objetivo do Modelo CERNE
O objetivo do Modelo Cerne é oferecer uma plataforma de soluções, de forma a ampliar a capacidade da incubadora em gerar, de maneira sistemática, empreendimentos inovadores bem sucedidos.
Dessa forma, cria-se uma base de referência para que as incubadoras possam reduzir o nível de variabilidade na obtenção de sucesso das empresas apoiadas.
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Princípios do Modelo CERNE
A definição e o detalhamento dos sistemas relativos aos processos-chave a serem implantados são muito importantes para que as incubadoras obtenham melhorias significativas na geração de empreendimentos inovadores e de sucesso.
Contudo, primeiramente é importante compreender o conjunto de princípios sobre os quais os processos e práticas do modelo estão estruturados.
- Foco nos empreendimentos: a ação da incubadora deve ser focada na agregação de valor para os empreendimentos incubados. Ou seja, a incubadora deve sempre buscar identificar as dificuldades e oportunidades, de forma a acelerar e ampliar o sucesso dos empreendimentos.
- Foco nos processos: os processos utilizados pela incubadora devem estar focados em melhorar os resultados finais da incubadora. Desta forma, a gestão deve focar nos processos que promovem esses resultados.
- Ética: as ações da incubadora e das empresas incubadas devem estar em sintonia com os valores da sociedade.
Sustentabilidade: baseando-se no tripé da sustentabilidade, a incubadora deve ser economicamente viável, socialmente justa e ambientalmente correta. - Responsabilidade: a incubadora deve responder por suas ações e omissões. E agir de forma ativa para melhorar a sociedade da qual faz parte.
- Melhoria contínua: este princípio implica que a incubadora deve aprimorar, continuamente, seus processos e resultados.
- Desenvolvimento humano: a incubadora deve priorizar à evolução, pessoal e profissional, dos membros da equipe de gestão.
- Gestão transparente e participativa: as ações da incubadora devem ser realizadas de forma colaborativa. Bem como, todos os processos e resultados devem ser repassados de forma transparente aos stakeholders.
Estrutura do Modelo do CERNE
O modelo Cerne está estruturado em três níveis de abrangência:
1. Empreendimento: inclui os sistemas relacionados diretamente à operacionalização do empreendimento, tendo como foco os sistemas que possibilitam às empresas apoiadas desenvolverem seus produtos e serviços, acessarem capital e mercado, realizarem a gestão do negócio e promoverem o desenvolvimento pessoal dos empreendedores.
2. Processo: tem como foco os sistemas de prospecção, geração, desenvolvimento e graduação de empreendimentos inovadores, ou seja, sistemas que viabilizam a transformação de ideias em negócios.
3. Incubadora: a gestão da incubadora como um empreendimento é o principal foco desse nível, com destaque para sistemas referentes a finanças, pessoas e ao relacionamento da incubadora com o entorno.
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Níveis de Maturidade das Incubadoras
Em função da complexidade e do número de processos-chave a serem implantados, o Cerne foi estruturado como um Modelo de Maturidade baseado na capacidade da incubadora em gerar, sistematicamente, empreendimentos de sucesso.
Os níveis de maturidade se baseiam nos “Eixos Norteadores”: empreendimento, incubadora, rede de parceiros e melhoria contínua (inovação).
Para isso, foram criados 4 níveis crescentes de maturidade.
CERNE 1
Neste primeiro nível, todos os sistemas implantados pelos processos-chave estão diretamente relacionados ao desenvolvimento dos empreendimentos. Nesse sentido, além de sistemas como qualificação, assessoria e seleção, foram incluídos aspectos relacionados à gestão da incubadora, os quais, por sua vez, mantêm uma relação muito estreita com o desenvolvimento dos empreendimentos, a exemplo da gestão financeira e a gestão da infraestrutura física e tecnológica.
Ao atingir esse nível, a incubadora demonstra capacidade para prospectar e selecionar boas idéias e transformá-las em negócios inovadores bem sucedidos – de forma sistemática.
CERNE 2
O foco deste nível é garantir uma gestão efetiva da incubadora como uma organização. Assim, além de garantir a geração sistemática de empreendimentos inovadores (foco do Cerne 1), a incubadora utiliza todos os sistemas (implantados pelos processos-chave) para uma gestão focada em resultados.
CERNE 3
O objetivo deste nível é consolidar uma rede de parceiros, com vistas a ampliar a probabilidade de sucesso dos empreendimentos apoiados. Assim, nesse nível, a incubadora reforça sua atuação como um dos “elos” da rede de atores envolvidos no processo de inovação.
CERNE 4
Neste nível, a partir da estrutura implantada nos níveis anteriores, a incubadora possui maturidade suficiente para consolidar seu sistema de gestão da inovação.
Com isso, além de gerar empreendimentos inovadores, gerir de forma efetiva a incubadora como organização e participar ativamente da rede de atores envolvidos no processo de inovação, a incubadora passa a gerar, sistematicamente, inovações em seus próprios processos.
Cada nível de maturidade (Cerne 1, Cerne 2, Cerne 3 e Cerne 4) representa um passo da incubadora em direção à melhoria contínua, ampliando sua capacidade em gerar empreendimentos de sucesso.
E cada nível de maturidade contém um conjunto de processos-chave que procura garantir que a incubadora realize as suas respectivas boas práticas.
Fonte: Anprotec/CERNE.